quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Azeviche



"Pois toda esta beleza que te veste... vem do meu Coração que é Teu Espelho"

A Toada de Fausto

"A toada de Fausto entrou no ambiente e trouxe vinho para tomarmos, e foi quando pegavas no copo que reparei no pequeno sinal sobre o teu anelar, como se fosse a pedra de um anel. Uma pequena pedra de azeviche.

Estranho nunca ter reparado, afinal é tão pouco vulgar um sinal negro na falange, substituindo a ausência de uma jóia. Talvez porque só te toque os lábios e te devolva o sorriso com os olhos;

talvez porque as tuas pernas torneadas me encham as palmas das mãos, ou o teu peito me desmanche a carne para outros sentidos.

Ou talvez a humidade no teu baixo-ventre (outra pedra de azeviche aninhada no teu colo), que me fascina quando se abre num apelo carmesim.

Não sei.

...

Os teus dedos tragados na fome dos suspiros eram só um toque de pluma sobre a carne, animal e cega.

Não era costume olhar os teus dedos, e hoje foi pelo vinho que tomávamos, trazido no acorde e na voz de Fausto, que te redescobri como pedra preciosa."


Amo-te filha de Jandira!

Nenhum comentário: