sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Embriaga-te!

É preciso estar sempre embriagado. 
Eis aí tudo: é a única questão. 
Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.

Mas de quê? 

De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. 

Mas embriagai-vos.


E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida...

Pperguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio...

A tudo que foge, a tudo que geme...



A a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala...
... perguntai que horas são; 

e o vento, 
a onda, 
a estrela, 
o pássaro, 
o relógio, 

responder-vos-ão: "É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira".

Charles Baudelaire (enviado pelo grande amigo-irmão de alma, Silas!)

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