quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Fim da Utopia



Abaixo selecionei alguns primeiros fragmentos do livro de Fernando Gabeira sobre O Fim da Utopia.

Gostaria de ressaltar a visão particular de que uma sociedade só se sustenta em Deus.

Vale frisar que Estar Em Deus nada tem a ver com religião/ com rituais/ com certo e errado.... não tenho palavras para explicar o que gostaria de dizer mas o melhor exemplo de União com Deus, de Ser Amor... é Ser Chuva... é chover no justo e no injusto, sem julgamento, pré-conceito... é ser Uno, desapegado de fases por ter plena consciência do todo... não há tristeza em a chuva cair, em evaporar emnada... pois há Consciência do Uno... o momento em que se desconhece o apegio pelo que é efêmero... pois, o efêmero é conceito e este mesmo não existe, efim... segue os fragmentos que gostaria de deixar com muito carinho para os próximos que virão após minha existência.

"Todas as forças materiais e intelectuais que podem contribuir para realizar uma sociedade livre estão presentes no mundo de hoje. Se não atuam é porque a sociedade se mobiliza em peso contra a possibilidade de sua própria libertação. Mas uma situação desse tipo não é suficiente para chamar de utopia um projeto de transformação."

"Num primeiro lance, as novas necessidades poderiam ser entendidas como a simples negação dos valores que sustentam o sistema. Negação do princípio da produtividade, da competição, do conformismo.
No lugar desses valores carcomidos, entrariam a necessidade de paz, de tranqüilidade, de estar só consigo mesmo (ou com as pessoas amadas), de beleza, felicidade gratuita e de uma esfera particular."

" Estas novas necessidades levariam a uma transformação total do mundo técnico. Cidades seriam reconstruídas, a natureza restaurada. O desvario da industrialização revisto de ponta a ponta.
Atenção, advertia o filósofo: não se trata de uma regressão romântica a uma época anterior à técnica. Os benefícios da técnica e da industrialização só ficarão realmente visíveis quando se livrarem do
capitalismo.
Faltava dizer por que o socialismo existente no mundo não tinha realizado este projeto. Marcuse mostrou que a idéia do socialismo estava diretamente ligada ao desenvolvimento das forças produtivas e ao aumento da produtividade do trabalho. No instante em que surgiu, isto era justificável e necessário. Mas agora, não era mais essa a diferença de uma sociedade livre e uma sociedade oprimida. Com pena de parecer ridículo, era preciso ter coragem para afirmar que a característica distinta de um novo mundo seria a dimensão estético-erótica – fórmula que sintetiza a convergência da técnica e da arte, do trabalho e do jogo.
Marcuse concluiu sua exposição afirmando que era preciso correr o risco de redefinir a liberdade de tal maneira que não pudesse ser confundida com nada do que aconteceu até agora. O novo motor da sociedade, já satisfeita materialmente, seriam aspirações liberadas, necessidades instintivas, inclinações espontâneas do ser humano.
E como essas coisas são utópicas apenas aparentemente, pois, no fundo, significam a negação histórico-social da ordem estabelecida, o filósofo conclamou a todos a participarem de uma oposição realista e pragmática, livre de todo derrotismo, pois não era possível trair a liberdade emergente."

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