quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Vida Simples - Consumo consciente

A forma mais valiosa de ativismo para mudar o
mundo nesta época em que vivemos pode ser o desenvolvimento de um estilo de vida baseado em simplicidade e alegria suave. Para isso talvez seja preciso reduzir as demandas materialistas e
descobrir como viver com menos renda.

Esse processo em si já serviria para começar a
poupar recursos mundiais e, dessa forma, lidar com muitos dos prementes problemas mundiais, além de proporcionar mais tempo para dedicarmos à família
e à comunidade. Um dos mistérios mais fascinantes do comportamento humano é o processo pelo qual nos escravizamos com correntes de ouro. (...)

Acumulamos tantos dispositivos "poupadores de trabalho" que nossos empregos nos consomem 60 horas por semana, para podermos mantê-los todos em ordem( ..) É um fenômeno muito estranho.

Os automóveis, por exemplo. As primeiras propagandas de carro eram relacionadas com o ambiente do clube campestre. Mas em pouco tempo casas e centros comerciais, escolas, fábricas e escritórios governamentais já eram localizados partindo do princípio do deslocamento por meio de automóvel.

Aqueles que escolheram não possuir ou utilizar veículos foram punidos e forçados a se atualizarem
Quantas pessoas podem hoje se abster de ter carro? Claro que existem alternativas!

Podemos criar um estilo de vida mais simples,
que não apenas requeira muito menos dinheiro,
como também nos proporcione tempo para as
tarefas que realmente importam.

Podemos passar do estado de "amar as coisas
e usar as pessoas" para "amar as pessoas
e usar as coisas".

Muitos me disseram:"Oh, eu poderia facilmente viver de modo mais simples ou dedicar minha vida a uma causa em que acredito, mas isso seria injusto com meus filhos. E o plano de saúde? E sua educação
de nível superior? Não tenho o direito de limitar
suas escolhas(...)

Nossas crianças têm as mesmas necessidades
que nós temos: ter uma vida alegre e significativa. Como podemos perceber quando olhamos ao redor, nenhuma quantidade de privilégios ou fartura pode garantir isso.

O modo de darmos aos nossos filhos o máximo
de chance para que alcancem uma vida feliz e significativa é estarmos vivendo uma vida assim
com eles, e não sacrificando nossa vida pela deles.

O destino de nossas crianças está divinamente associado ao nosso. Se o chamado é para trabalharmos com os pobres, para compormos
música ou para construirmos uma casa, estes
não são fatores irrelevantes na vida dos filhos.

Se nos sentimos atraídos por uma vida mais
simples, podemos compartilhar esse
"experimento na verdade" (palavras de Gandhi)
com nossos filhos. É isso que os torna diferente
dos filhos de outros.(...)

Nos EUA a televisão se tornou uma força oposta:mesmo famílias pobres podem ter
pequenos televisores nos quartos, de modo
que mal nos socializamos com a própria família,
muito menos com a vizinhança.
Esse é um importante exemplo de que nem
sempre mais é melhor.

Em culturas nas quais as pessoas precisam compartilhar recursos limitados – televisores, ferramentas, veículos – o senso de comunidade é muito mais forte.Vimos aceitar um modelo pessoal
que nos isolou como indivíduos e prejudicou muito nossa vida familiar e comunitária.

Precisamos pensar por nós mesmos e conversar
com os amigos,e ter a coragem de tentar dar
alguns passos de modo diferente, para sair ?
da pressão.

 


Esse é um tempo apropriado para explorar
novas e antigas maneiras de viver com outros, tais como as comunidades intencionais,
co-habitações, a propriedade coletiva de
veículos e ferramentas e outras formas de
reduzir os custos dispendiosos da vida moderna.(...) Quando saímos da abstração,
vemos que o processo não requer nada mais do que alguns passos firmes na direção de uma vida mais afinada com aquilo em que acreditamos.
Eis alguns modos de começar:

1 - Elimine dívidas e fique longe delas! Fora uma habitação ou terreno, se não tiver condições de comprar algo à vista, não compre. Nunca compre nada a crédito, nem mesmo um carro.

Você descobrirá boas novidades sobre si, caso siga este conselho. Seus filhos lucrarão imensamente. Em particular, nunca se endivide para se casar ou se graduar, por smockings, becas, limusines e similares. Essa é uma maneira equivocada e horrível de expressar amor. Cria estresse e reforça visões distorcidas sobre
"a vida boa".

Celebre relações especiais com refeições improvisadas, piqueniques e outros eventos alegres, de estilo comunitário. Deixe amigos e família trabalharem juntos, como uma expressão de seu amor pelos indivíduos no centro da celebração. Isso significa muito mais do que apenas economizar dinheiro.

2 – Compre um, se desfaça de algum. Adquira o hábito de se desfazer de um item velho para cada item novo que comprar. Quer um novo sapato?
Dê - ou venda – um antigo. Quer uma nova camisa? Mesma coisa. Uma vez mais, seus filhos aprenderão muito com isso, e sua casa ficará menos amontoada.

Quando estiver pronto para reduzir ainda mais,
dê dois objetos para cada um que comprar.
É um sentimento maravilhoso não estar sobrecarregado por posses em demasia.
Essa prática também o ajuda e à sua família,
a pensar duas vezes antes de comprar.

3 – Pare de fumar e de beber – No momento em que isso está sendo escrito, mais de 60 milhões de americanos fumam. Hoje, quem fuma um maço por dia gasta cerca de cem dólares por mês,
ou 1.200 dólares por ano. Dobre essa quantia para duas pessoas na mesma família ou se você fuma dois maços por dia.

Acrescente uma quantia semelhante para cerveja, vinho ou destilados , e você poderá perceber que muita gente que talvez se considere de baixa renda ou mesmo pobre, está trabalhando cerca de um quarto de seu tempo para sustentar hábitos que encurtam a vida, enfraquecem a saúde e são um mau exemplo para os filhos.

4- Boicote para sempre as compras desenfreadas das férias! Pense a respeito de quanto de seu salário anual você gasta em presentes que quebram e enferrujam, e que nem são tão apreciados por quem os recebe.

Façam um acordo familiar de não comprarem presentes uns para ou outros nos aniversários e feriados. Que alivio! E, acredite ou não, seus amigos também sobreviverão ao choque se você estender essa atitude a eles.

Façam planos para encontrarem-se e fazerem algo juntos, em vez de corrermos até as lojas para comprar porcarias sem sentido.
Confeccionar algo por conta própria, ou preparar uma comida favorita ou sobremesa especial, sair para um passeio ou nadar, ver um filme juntos pode ser mais significativo.

Quando compramos um presente para oferecer, não é em data especial, é apenas algo que sabemos que seria perfeito para aquela pessoa, ou que já sabemos que ela precisa.
5 – Coma mais comida caseira – Comida de restaurante, comida de consumo rápido e refeições para viagem de estabelecimentos comerciais podem resultar em um surpreendente custo anual e, na sua maior parte, não são muito nutritivas.

Faça um exercício mental para descobrir como pode ser um pouco mais criativo cortar essa despesa ao menos pela metade. Levar seu almoço para o trabalho, por exemplo, ou preparar e congelar diversos jantares em um fim de semana, de modo que você tenha somente de esquenta-los durante a semana.

Além do lado financeiro, como se sente em relação aos seus hábitos alimentares? Você está se alimentando da maneira que considera a melhor, ou talvez este seja mais um exemplo de indecisão que resulta em estresse? Decida ser mais ponderado a respeito de como, o que e quando come.

Essas sugestões e práticas não são sacrifícios extraordinários. Elas são uma forma de ativismo brando, construtivo, que nos ajuda a assumir mais nossas vidas e a fortalecer os laços com nossas famílias e comunidades.

Não deixe ninguém convencê-lo de que ficou louco por adotar quaisquer dessas idéias.
Você realmente não tem nada a perder, a não
ser suas correntes douradas.
Fonte: Bo Lozoff, "Uma vida que vale a pena" - excerto retirado da Revista Planeta, ed. 369, jun.2003



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Consumo consciente - viver com simplicidade

"Ouvimos pessoas dizerem que estão preocupadas com o tipo de mundo que deixaremos para
nossos netos, e concordo com elas. Porém, estou igualmente preocupado com o tipo de
netos que devemos deixar para a Terra."
John A. Hoyt ( presidente-emérito) da Humane Society of The United States
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Fernando Camargo da Silva
http://safra76.blogspot.com/


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